quarta-feira, 5 de maio de 2010

A BUFA



Tô ficando aborrecido.
Com que tá acontecendo.
Juro não tô entendendo.
Vou procurar uma ajuda.
Preciso que alguem me acuda.
Me ensine uma medicina.
Que me livre desta sina.
De todos me olharem de lado.
Com jeito de espantado.
Quando toco minha buzina.

Pensava que era discreto.
Quando soltava o rojão.
Com as prega em união.
Prá mó de não trovejá.
Jeito chique de peidá.
Sem chama muita atenção.
Dos que tem boa audição.
E também tomá cuidado.
Com os de nariz afiado.
Que logo abanam a mão.

Fui numa curandeira.
Prá fazer um tratamento.
Ela me deu um unguento.
Prá enfia no ânal.
Como se fosse normal.
Enfiar em meu fiofó.
Sem piedade nem dó.
Vai me alargar o acento.
Eu juro que não aguento.
Tadinho do meu xodó.

Mas ficou insustentavel.
Me cansei dos amadores.
Fui procurar os Doutores.
Formados nas faculdades.
Para contar todas verdades.
Do problema que enfrentava.
Toda vez que eu peidava.
Nas esquinas da cidade.
Gente de toda idade.
O dedo prá mim apontava.

Falei que meu bufa não tinha;
Nem barulho,nem mau cheiro.
E que aquele povo inteiro.
Estava comigo enganado
O Doutor com todo grado.
Me deu dois comprimido.
Um servia pro ouvido.
E o outro pro nariz.
Que neste pobre infeliz
Os dois tava entupido.